Investir em tempos de crise

Investir em tempos de crise

Provavelmente a mudança de casa ou de instalações da empresa que desejava há tanto tempo estará neste momento irremediavelmente adiada. Os bancos estão a dificultar o crédito e os tempos aconselham prudência e contenção de custos.

Mas as razões da mudança, se não se relacionarem com a localização, deverão em princípio manter-se: inadequabilidade ou envelhecimento do espaço actual, seja porque a cozinha, as instalações sanitárias ou outros compartimentos estão obsoletos, porque a casa necessita de um upgrade geral, ou por questões de funcionalidade que não estão bem resolvidas e que no fundo nunca o inspiraram ou convenceram.

Em tempos de crise, onde saídas para jantar fora, férias e outros luxos são permanentemente equacionados, a casa tem que ser o nosso espaço de conforto, de retiro. O centro do nosso mundo. Faz por isso todo o sentido investir um pouco no seu melhoramento.

Em tempos de crise pode não conseguir investir numa nova casa mas deve sempre investir na que já tem.

Se não podemos mudar de casa, devemos tornar a que temos o mais acolhedora possível. Fazer dela um local que nos inspire no dia a dia, nos proporcione momentos de prazer, nos ampare nos maus momentos.

Se não podemos contratar um arquitecto para nos fazer uma casa nova ou para remodelar a que pensávamos comprar, é provável que o consigamos envolver na remodelação da casa que já temos. Pergunte porque provavelmente não irá custar tanto quanto está a pensar. E o resultado fará toda a diferença.

Muitas pessoas têm a ideia feita de que um arquitecto irá complicar as coisas, propor soluções dispendiosas e estranhas, por mero capricho. Podendo haver excepções que confirmem este preconceito, ele é, na maior parte dos casos, profundamente falso: Um bom profissional entende o que lhe é pedido e propõe de forma criativa soluções racionais, personalizadas e optimizadas para cada espaço. E na maioria das situações, mais económicas do que se forem propostas por um curioso, ou por alguém empenhado em vender determinado produto ou equipamento. Para além de que um bom projecto é uma injeção para o ego. Do arquitecto, mas também e principalmente do seu cliente, que para além de conhecer uma incomensurável melhoria no seu dia a dia, ainda vê o seu espaço valorizar-se comercialmente.

Uma intervenção deste tipo é sempre uma oportunidade. Ou, à posteriori, uma oportunidade perdida.