Projecto elaborado para responder a um concurso de arquitectura, promovido por um site Americano.
O desafio era elaborar uma pequena casa de férias para um casal de professores universitários, com dois filhos já adultos, uma espécie de retiro modernista. Pretendia-se uma construção económica, ecológica, de imagem moderna mas sem excessos formais, que se integrasse de forma harmoniosa na paisagem de um bosque, frente a um lago. Deveria deixar transparecer o que se pode designar como “luxo acessível”.
A proposta é uma reinterpretação modernista da tradicional “Cabana de Madeira”, mantendo as comodidades essenciais da vida moderna e ensaiando uma aproximação ecologicamente sensata à construção, baseada em processos passivos e sustentáveis e em senso comum. Os conceitos fundamentais explorados na proposta são a interacção entre a natureza, o espaço construído e os seus habitantes, a relação interior-exterior e a forma como a luz e a passagem do tempo afectam os materiais e revestimentos da casa.
Os vãos e portadas exteriores recolhem completamente para dentro das paredes, tornando o bosque e o lago extensões do interior.
Também a compartimentação interna é resolvida com amplos painéis de correr dentro das paredes, aumentando a fluidez dos espaços e permitindo ajustar a compartimentação às necessidades de cada momento.
Adoptaram-se diversas soluções para minimizar o impacte da casa na envolvente e reduzir a sua pegada ecológica, como elevar do solo a laje em que assentam os elementos pré-fabricados que a compõem, opção que permite ainda a protecção em caso de cheia.
Foram propostos materiais resistentes e de baixa manutenção, mas em que seja visível a patine e o desgaste dos anos. Este acusar da passagem do tempo é o contraponto poético e indispensável ao minimalismo e aparente simplicidade do desenho da casa.
Arquitectura: Henrique Barros-Gomes
Data: 2010
Local: EUA